Escrevi este texto no LinkedIn em Abril 2019, quando eu havia acabado de concluir o Gama Experience #17 e estava no meu último semestre de Engenharia Civil. Posso te garantir que vale a pena a leitura!
Se você achou esse título um pouco confuso é porque não sabe o que passou na minha cabeça ao longo do meu curso de Engenharia Civil. Mas que bom que teve a curiosidade de entender o que eu tenho pra te dizer nos próximos minutos.
Se você acredita que fazer uma faculdade, trabalhar no ramo e seguir um caminho tradicional é a única e muitas vezes a melhor escolha, sinto muito, mas sou obrigado a discordar. Prefiro escrever minha história por linhas tortas, evitando ao máximo fazer o que todo mundo faz, acreditando ao máximo que eu possa fazer a maior diferença, onde e como quer que eu esteja e por mais inusitado que seja.
Chega de enrolação, porque já estou no meu terceiro parágrafo e o espírito do meu conterrâneo Carlos Drummond de Andrade ainda não baixou em mim. Bora!
1. Aprenda na prática
Acho que sou a pessoa menos acadêmica do mundo, tenho zero paciência para pegar um livro, entender passo-a-passo dos processos, repetir, repetir e repetir para depois chegar a praticar. Prefiro mil vezes aprender um pouquinho, colocar esse conhecimento logo em prática e depois aprimorá-lo a cada dia
Dou muita raça na faculdade e disso me orgulho bastante, mas se tem uma coisa que eu fico P da vida é a seguinte: meu curso é muito distante da realidade, muita teoria, muito lero-lero e às vezes tenho dificuldade de associar aquilo que aprendi com a realidade. Quer um exemplo? Dá uma olhada nessa minha prova de Estruturas Metálicas (que foi a única que achei aqui rsrs):
Uma questãozinha dessa que era calcular uma viga, dá umas 3 páginas de cálculos mirabolantes e repetitivos. Mas um prédio tem umas 200 vigas, e aí? Talvez você seja de humanas e esteja passando na sua cabeça, “Nossa, Mateus! Você é um gênio, meu Deus!”. Mas não é muito bem por aí.
Acho importantíssimo aprender a calcular e saber interpretar os resultados, mas tem uma coisa que não entendo é que há 50 anos (ou mais), os alunos de Engenharia estão fazendo a mesma coisa, calculando isso na mão, passo-a-passo, como se fosse uma receita de bolo. Sendo que na prática a coisa é outra, um software calcula a estrutura de um prédio inteiro em segundos e isso a gente não aprende em sala de aula. Não acho que a culpa está nos professores (que eu sei muito bem que são cabulosos naquilo que fazem) e nem na minha faculdade, mas sim no sistema de ensino, que não entendeu que tudo mudou.
O Gama Experience faz diferente e de um jeito que eu acho muito legal: teoria aplicada na prática, com resultados reais. Isso mesmo! Umas das tarefas era fazer 1 MIL FUCKING REAIS em uma semana e da maneira que a gente achar melhor. Sem firulinha e lero-lero, ou seja, assim como na vida real, bem distante da bolha que vivemos em sala de aula no ensino tradicional.
2. Crise econômica não é desculpa
Que o mercado de Engenharia não está nada bem não é novidade, mas será que adianta a gente ficar botando a culpa no governo e em outros fatores? Tem uma frase do Charles Chaplin que ilustra muito o que vou dizer neste tópico:
“Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas.”
Eu acho que crise é sinônimo de oportunidade, é enxergar com outros olhos e entender que se algo está dando errado em um lado, muito provavelmente do outro lado as coisas estão dando certo. E esse outro lado se chama: Mercado Digital, Nova Economia ou Revolução Industrial 4.0, como você preferir chamar.
O trecho a seguir eu extraí desse post da Gama Academy:
“Há um contraste muito grande entre o crescimento do número de oportunidades no mercado de tecnologia versus uma evasão no ensino superior que está cada vez pior. Ou seja, estamos formando menos profissionais, e cerca de 85% dessa evasão acontece em cursos relacionados ao mercado de tecnologia.” Veja o gráfico abaixo:
Segundo a BRASSCOM e a Softex, o Brasil pode chegar em 2020 com um déficit de 750 mil profissionais qualificados para atuar na área de tecnologia caso o país não reforce programas para reverter esse quadro. A preocupação fica ainda maior quando lembramos que, segundo o IBGE, o Brasil acumula em 2018 mais de 13 milhões de desempregados. Que ironia, né?”
Eu já trabalho numa Startup (ClubPetro) há 2 anos e a gente sempre está correndo atrás de gente capacitada para trabalhar conosco nesse novo mercado, mas é muito difícil de achar, por que? Porque já estou no meu 14º parágrafo e o ensino tradicional ainda não entendeu que tudo está mudando.
3. Propósito acima de tudo
Acho que isso foi uma coisa que eu sempre tive dentro de mim e nunca soube. Pô, eu faço Engenharia e lá na metade do curso abri mão de seguir nesse ramo para trabalhar com aquilo que eu acredito e sei que posso fazer maior diferença. Tá aí a palavra: fazer a diferença, seja no ClubPetro, com as pessoas ao redor e em onde quer que eu esteja, esse é o meu maior propósito.
Boa parte das pessoas que trabalham em Startups, acredita que o propósito está acima de tudo, até mesmo de dinheiro (que é sempre bem-vindo, claro). Ter algo em mente e correr atrás disso é o que motiva essas pessoas.
4. O segredo está nas pessoas
Hoje em dia com tanta coisa automatizada para todo lado, esquecemos que o ser humano está acima de qualquer tecnologia, por mais incrível e absurda que ela seja. Criatividade, empatia, capacidade de aprender rápido são as soft skills que eu acredito que todo mundo vai precisar cultivar no futuro.
Você quer continuar fazendo coisas automáticas, cálculos repetitivos e etc? Deixe que seu robô faça isso por você e pegue esse tempo que sobrou e foque nas pessoas que estão com você, ajude e peça ajuda a elas sempre que for preciso. O seu computador não vai criar uma ideia inovadora e muito menos entender o que está acontecendo com quem está ao seu lado. Aprenda mais sobre si mesmo (coisa que eu precisa melhorar muito) que você colherá bons frutos lá na frente.
5. Aprender, transformar e impactar
Levo isso na bagagem! Há um tempo, comecei a ter prazer em repassar e compartilhar as coisas que aprendo e vivencio para as pessoas que estão comigo. Acredito que a melhor forma de aprender é ensinando, seja lá o que for.
Um exemplo bem legal disso, é o processo seletivo do ClubPetro que estamos reformulando. Nos processos anteriores, eu sentia que os candidatos não chegavam tão preparados para as etapas finais e isso não era culpa deles. Nesse novo modelo, apliquei muito do DNA do Gama Experience, com conteúdos fodas sobre o mercado digital, textos sobre soft skills, dinâmicas práticas e bem realistas. Quero que esse novo processo seletivo, seja acima de tudo, um grande aprendizado para os candidatos, que eu consiga impactar e mostrar para essas pessoas (mesmo que elas não passem) que existem grandes oportunidades do outro lado, ou seja, fora do mercado tradicional.
Se você leu até aqui, espero que tenha compreendido o que eu penso sobre essa nova maneira de trabalhar e aprender. Acredito que cada um de nós pode impactar positivamente um pouquinho na vida do outro.
Não poderia deixar de agradecer à todas as pessoas incríveis que participaram comigo do Gama Experience #17. Não vou citar pessoa por pessoa, porque cada um sabe como foi especial para mim e sensacional esse período que estivemos juntos! Muito além do network, as amizades ficam!
Deixo aqui o meu Muitíssimo Obrigado às pessoas que organizaram e estiveram por perto: Marcela Gaspar, Marcela Marche e Guilherme Junqueira. Continuem nessa pegada!
Bora impactar a vida de 1 milhão de pessoas.
Que venham novos desafios! #gogama
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Mateus Guerra
Engenheiro Civil de formação, apaixonado por inovação, trabalhou por quase 4 anos no mercado de Startups e atualmente está explorando novos caminhos na Vale.
Mateus Guerra
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